Sua fundação data de fins do século XVII, quando Teodósio de Oliveira Lêdo fundou o sítio Santa Rosa, provavelmente a primeira célula telúrica no planalto sertanejo. Situado as margens do rio com mesmo nome, cerca de 8 léguas ao poente de Campina Grande e a 3 quilômetros ao norte da atual cidade de Boa Vista.
O conhecimento da história da família de Santa Rosa não só mostra a importância do tronco povoador, como também o valor sócio-econômico daqueles núcleos urbanos. A casa grande de Santa Rosa, fundada por Adriana, última filha de Teodósio, foi de vital importância sócio-econômica para seus moradores, pois foi dali que saíram outras ramificações que deram origem a Boa Vista e Campina Grande.
Bem próximo do centro da cidade, encontra-se uma das primeiras casas construídas na zona rural de Boa Vista. É a “Casa Grande”, “filha” ou extensão da antiga fazenda Santa Rosa.
Casa Grande é um destaque da arqueologia histórica de Boa Vista não apenas por ter sido uma das primeiras construções da região, mas também por que seu primeiro dono, o Sr. José Gomes de Farias, juntamente com seus filhos, participaram ativamente do movimento que culminou com a elevação da Vila Nova da Rainha à cidade de Campina Grande em 1864.
Um dos filhos de José, Antônio Gomes de Farias, exerceu o Patriarcado de Casa Grande por muito tempo. Foi ele o idealizador da construção de uma capela, doando para isto um sítio na colina fronteiriça à Casa Grande, o local onde seria construída a capela tomou o nome de Boa Vista de Santa Rosa, por causa de sua situação geográfica elevada e da visão panorâmica que oferecia aos moradores de Casa Grande. Antônio Gomes de Farias se tornou assim o fundador de Boa Vista de Santa Rosa.
Em 1819 começaram os trabalhos de construção da capela a qual seria invocado o padroeiro Bom Jesus dos Martírios, sendo concluída em 1838 e a partir de então, passou a ter um significado bastante considerável, dessa forma influenciando e contribuindo na formação da Vila de Boa Vista, principalmente quando passou-se a realizar os festejos comemorativos ao padroeiro da região, festejos esses tornaram-se tradicionais e que são realizados até os dias de hoje.
O processo de formação das primeiras casas e ruas da Vila de Boa Vista teve início com a construção, ao lado da igreja, de duas casas do lado direito, sendo a primeira construída para manutenção da construção do “templo sagrado”, na qual residiam os pedreiros e na Segunda residiam três irmãs.
Dessa forma Boa Vista vai construindo o seu espaço urbano, e só em Novembro de 1887 foi elevada à condição de Distrito de Campina Grande. Nesta ocasião foram dados os nomes de várias ruas e praças com pessoas que marcaram a história de Boa Vista, tais como: Lindolfo Soares de Araújo, Severino Bezerra Cabral, Simão Pereira de Almeida, entre outros.
Durante quase todo o período histórico em que Boa Vista pertenceu à Campina Grande, consta em documentos oficiais apenas um intervalo de 1918 a 1948, quando fez parte do município de Cabaceiras, passando a se chamar nessa época de Lêdo.
A população ciente da importância da emancipação política do Distrito de Boa Vista, lutou durante toda a metade do século XX para consegui-la, o que veio a acontecer em 29 de abril de 1994, tendo o seu primeiro Prefeito Constitucional empossado no dia 01 de janeiro de 1997, o Sr. Edvan Pereira Leite, que governou durante dois mandatos. Atualmente o Prefeito de Boa Vista é André Gomes.
A predominância na economia boavistense sempre foi a agricultura de subsistência, e a pecuária leiteira. Sem um mínimo de orientação técnica de cultivo ou criação, dependiam basicamente das condições naturais, consumindo a pastagem verde (no período chuvoso) e torta e farelo de algodão (período de estiagem).
Na década de 1960, tivemos o desenvolvimento do setor de transporte de cargas, o qual percorria todo o Brasil fazendo com que a mercadoria produzida nesta região fosse escoada para os centros mais desenvolvidos da economia nacional.
Com a exploração do minério, Boa Vista conseguiu desenvolver-se industrialmente. As indústrias existentes conseguiram se desenvolver a partir da década de 80, com incentivos fiscais concedidos pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
O produto de bentonita do tipo sódica e cálcica natural são os melhores aglomerados utilizados pelas indústrias de fundição nos processos de moldagem de peças de ferro fundido, aço e ligas não ferrosas.
Os produtos das empresas também são utilizados nos fluídos de perfuração de poços de petróleo, bem como aglomerantes no beneficiamento de minérios, na indústria de tintas, na produção de ração animal, nas cerâmicas, na construção civil e na preparação de saponáceos, entre outros.
No aspecto turístico, Boa Vista é privilegiada por apresentar belíssimas paisagens naturais, especialmente as encontradas no Sítio Bravo, onde temos pinturas rupestres, cavernas e lagoas naturais presentes em seus lajedos.
Atualmente o Município de Boa Vista conta com quatro indústrias de beneficiamento de bentonita, BENTONISA S/A, BENTONIT UNIÃO LTDA, DRESCON S/A e a NERCON, sendo esta última de menor porte, mas ambas sendo grandes propulsoras do desenvolvimento local, o que trouxe e vem trazendo enormes benefícios para o município como um todo.*
* Com informações de BERNARDES. Bartos Batista. In: Industrialização e Desenvolvimento: Estudo do Caso de Boa Vista – PB. UEPB. 2000. a